Apresentador(a)

Cláudio Pontes – Raízes

Cláudio Pontes é açoriano de alma e coração, foi forçado a deixar a ilha durante a juventude, após ter perdido os pais de forma trágica.

Cláudio Pontes nunca perdeu a ligação às raízes, nem mesmo durante a passagens por alguns dos restaurantes mais requintados de Lisboa e Cascais. Tem feito um trabalho incrível com os produtos das nove ilhas dos Açores. Esse trabalho valeu uma estrela Michelin para a sua equipa, no antigo Tavares Rico.

Mais de vinte anos depois, voltou aos Açores e decidiu reforçar a marca das ilhas na sua alma e na sua cozinha. Não se limita a usar os produtos regionais. Envolve-se com a comunidade local, com os pequenos produtores, pescadores e mariscadores. Cláudio privilegia produtos que são desvalorizados, transformando-os em alta cozinha, de forma a criar pratos de grande impacto visual e emocional. Acompanhamos o mergulho de Cláudio Pontes na natureza, em busca de novos produtos e sabores para criar pratos de inspiração açoriana exclusivamente com ingredientes locais e, muitas vezes, improváveis.

 

Q&A Cláudio Pontes

Ter raízes num arquipélago com nove ilhas pode ser ao mesmo tempo uma bênção e um desafio?Pode ser uma bênção e um desafio enorme, principalmente quando não pensamos nos Açores como um só. Respeitar as 9 ilhas é para mim o mais importante. Cada ilha tem o seu produto, a sua tradição. E, para mim, o maior desafio passa por respeitar e conseguir unir à mesa as 9 ilhas. E assim somos Açores.

Ser Chef vai para além de trabalhar numa cozinha?Hoje em dia, como Chef ou responsável de uma cozinha, temos que perceber que somos a cara de muitos produtores, de pessoas que trabalham muito para podermos “brilhar”. Transmitir confiança a essas pessoas permite contribuir para o bom funcionamento da economia local. Para além disto, penso que temos o papel de defender a nossa gastronomia, assim como as tradições passadas de geração em geração. No fundo, trata-se de defender uma identidade.Todos os produtos podem ser transformados em alta cozinha?Acredito que sim. Hoje, com a escassez de alguns produtos, temos de saber inovar, recriar e, sobretudo, acrescentar valor a produtos pouco procurados, mas que existem em abundância.

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